sábado, 9 de novembro de 2013

Psicossíntese ou uma resposta à pergunta: Quem sou eu

Quem sou eu, é uma pergunta quase tão antiga quanto a própria humanidade e costuma apresentar-se com outras duas: de onde venho e para onde vou.
Esta capacidade de questionamento é característica da nossa espécie, uma curiosidade sem rival que toca os fundamentos da própria existência. Suscita questões que, a ficarem sem resposta, arriscam uma epidemia de angústia existencial com contornos psicóticos e consequente desestruturação individual e colectiva.
Para tornar a existência possível, criámos ao longo dos tempos as explicações necessárias, as explicações que depois fomos categorizando como espirituais, racionais, irracionais...
Não sei responder às perguntas "de onde venho" e "para onde vou" mas sei responder à pergunta "quem sou". Sei-o experiencialmente e sei que saber experiencialmente é a única maneira de saber e também de conseguir acalmar em parte a angústia existencial, sem alienação. Quem sou? Sou um centro de Consciência e Vontade. Não tenha uma consciência, não tenho uma vontade, eu sou essa Consciência, eu sou essa Vontade. Para além de todos os conteúdos, para além de muitas vontades.
Quando nos questionamos "quem sou eu" e nos focamos em nós mesmos, chegamos inevitavelmente a esta conclusão. E esta conclusão, esta minha conclusão, nada tem de inovador, pois foi afirmada, porque experienciada, por muitos antes de mim que se colocaram esta mesma questão ao longo de milénios de reflexão.
A Psicossíntese, uma teoria psicológica que muito prezo, sugeriu-me a resposta e eu tive e tenho diariamente a oportunidade de a comprovar.
Responder à questão "quem sou" não garante no entanto a resposta às questões "de onde venho" e "para onde vou"; contudo, se eu souber quem sou, estarei em melhor posição para procurar essas respostas. A este respeito, Assagioli disse: " A Psicossíntese apenas conduz até à porta. O resto, é o caminho de cada um."